sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

-Manifestação de Deuses ou Teurgia

{Segue abaixo o livro "Sobre os Mistérios Egípcios", a obra dedicada ao Mestre Abammon por Iamblicus, mago e bruxo do Clã Platônico, criada no período da antiguidade tardia, a partir de correspondências ou cartas com demais sacerdotes e iniciados da Bruxaria ou Arte dos Sábios que operavam no Egito. Ao ler, é importante observar as similitudes presentes com a liturgia da moderna "Tradição Gardneriana", da Bruxaria Moderna}.



Capítulo 1. Carta de Porphyrius para Anebo

Saudação! Vou começar esta correspondência amivel contigo, com vista à aprendizagem que se acredita acerca dos Deuses e dos bons Daimones e, de forma semelhante, as diversas indagações filosóficas em relação a Eles. Muitas coisas foram estabelecidas sobre estes assuntos por parte dos Filósofos, mas, a maior parte, parece ser derivada da substância conjeturada de suas próprias crenças.

1. Os Deuses e suas Especificidades

Em primeiro lugar, é preciso ser tomado como premissa de que existem Deuses. Pergunto então: Quais são as especificidades das raças superiores, pelas quais estas se diferenciam uma da outra? Devemos supor que a causa da distinção seja as suas energias ou seus movimentos passivos, ou aspectos consequentes ou uma classificação estabelecida pela diferença de corpos: os Deuses sendo distinguidos pelo elemento etéreo, os Daimones pelo elemento aéreo e as almas pelo elemento terreno? Assim como os Deuses habitam apenas os céus, peço, portanto, por que são realizadas as invocações nos ritos trgicos dirigidas a Eles como sendo da Terra e do Submundo? Como é que, apesar de possuir poder ilimitado, indivisível e onipresente, alguns deles são mencionados como sendo da água e da atmosfera, e que os outros são distribuídos por limitações definidas para lugares diferentes e em partes distintas do corpo? Se Eles estão realmente separados por limitações circunscritas de peças, e de acordo com a diversidade de lugares e sujeitos a corpos, como haverá qualquer união de uns para com outros? Como podem os Tsofos ou Filósofos considerá-Los como impressioveis? Por que se diz que, em decorrência disso, as imagens licas são configuradas e que a linguagem indecente é utilizada nos ritos? Certamente, se estes estiverem impassíveis e indiferentes às invocações dos Deuses, anunciando inclinações favoveis, propiciações de sua ira e sacrifícios expiarios, ainda mais chamados de "necessidades dos Deuses", será totalmente itil. Pois o que é impassível ou não receptivo não pode ser encantado, fortalecido ou constrangido pela necessidade.

Por que, então, são realizadas muitas práticas com Eles em ritos sagrados, como para os seres impressionáveis? As invocações são realizadas com os Deuses queo seres impressionáveis, de modo que fica implícito queo só os Daimones são impressionáveis, mas, da mesma forma os Deuses, como foi declarado por Homeros: "A mesmo os próprios Deuses são complacentes". Suponha-se, então, dizer que como determinadas pessoas m afirmado os Deuses são essências mentais ou sutis puras e que, os Daimones, são seres psíquicos ou astrais que participam da mente. O fato é que, no entanto, as essências mentais puras o podem se encantar ou se misturar com os elementos sensoriais ou astrais, e que os clamores ou súplicas que são realizados constituem algo totalmente estranho a esta pureza da substância mental. Mas, por outro lado, os elementos oferecidos são, assim, realizados através da natureza sensorial e pquica. Então, os Deuses são separados dos Daimones pela distinção de corpo e sem veículo? Se, no entanto, apenas os Deuses são incorpóreos, como o Sol, a Lua e os astros visíveis nos céuso contados como Deuses? Como é que alguns deles são doadores de bondade e outros, de maldade? Qual é o elo de união que liga as divindades celestiais que possuem corpos com os Deuses que não possuem veículos? Os Deuses que são visíveis podem ser incluídos na mesma categoria com os invisíveis, [isto é,] o que distingue os Daimones viveis e invisíveis, da mesma forma que os Deuses?

2. As Raças superiores e suas Manifestões

Em que um Daemon difere de um Herói ou de uma Deidade ou de uma Alma? É devido à essência, ao poder ou à energia? Qual é o sinal da presença de uma Deidade ou de um Anjo ou Arcanjo ou de um Daemon, ou de um Arconte ou Regente ou de uma Alma? Pois, é uma coisa comum com os Deuses e Daimones igualmente, e com todas as raças superiores, para falar orgulhosamente e projetar uma imagem irreal em vista. Daí a raça dos Deuses é, assim parecer ser, em nenhum aspecto superior à dos Daimones. Também é reconhecido que a ignorância e a ilusão em relação aos Deuses constituem irreligiosidade ou superstição e impureza, e que o conhecimento superior em relação a Eles é santificado e útil: sendo, o primeiro, a escurio da ignorância em relação às coisas reverenciadas e belas, e, o último, a luz do conhecimento. A antiga condição fará com que os seres mortais sejam cercados de toda espécie de mal por ignorância e imprudência, mas, a última [descrita], é a fonte de tudo o que é benéfico.

3. Oráculos e Adivinhações

O que acontece na divinação? Por exemplo, quando estamos dormindo que muitas vezes vêm, através dos sonhos, a uma percepção das coisas que estão prestes a ocorrer, nós não estamos em um êxtase cheio de comoção ou arrebatamento, pois, o corpo está em repouso, mas s o nos prendemos a essas coisas o claramente como quando estamos acordados. Da mesma forma, muitas pessoas também chegam a uma percepção do futuro através de um êxtase entusiasmado e um impulso divino, quando concomitantemente,o completamente acordado, os sentidos estão em plena atividade. No entanto, eles, de modo nenhum o acompanharão conjuntamente à matéria ou pelo menos o a atendem, assim como também quando estiverem em sua condição normal. Desta forma, também, alguns dentre estes frenéticos se entusiasmam ou se inspiraram ao ouvir o toque dos címbalos, tambores ou algum cântico de coral; como por exemplo, aqueles que são adeptos dos Ritos Coribantes, aqueles que são possuídos nos Festivais Sabáticos [do Clã Sabático/Batesianoe aqueles que estão celebrando os Ritos da Mãe Divina [do Clã Metragirta]. Outros, ainda, são inspirados quando bebem água, como o sacerdote de Apollon Clarius em Cólofon [na Turquia], outros quando sentados sobre cavidades na terra, como as Sibilas que anunciam os Oráculos de Delfos, outros quando afetados por vapores a partir da água, como as Sibilas de Brânquidas [em Dídimos], e outros quando de pé em marcas recuadas, como aqueles que foram preenchidos a partir de um influxo imperceptível do pleroma ou plenitude divina. Outros, que se entende em outros aspectos, tornam-se inspirado pela extravagância: alguns tomados pelo aspecto da escuridão, outros empregando determinadas poções, e outros, ao sujeitar-se ao cântico e a figuras mágicas. Alguns são tocados por meio de água, outros contemplando em uma parede, outros pelo ar semi-etéreo, e outros pelo sol ou alguma outra luz celeste. Alguns, também, estabeleceram acnica de procurar o futuro por meio de entranhas [de animais mortos], [leitura do voo dos] pássaros e [constelações e posições das] estrelas.

O que eu pergunto é a natureza da adivinhação, qual é o seu caráter peculiar? Todos os adivinhos afirmam que chegam à presciência do futuro através de Deuses ou Daimones, e que não é possível para os outros para ter alguma ideia do que, apenas estes, possuem o comando sobre as coisas que ocorrerão. Eu contrario, portanto, se o poder divino é trazido para baixo a tal subserviência aos mortais como, por exemplo,o manter-se distante de qualquer um que seja adivinho com o alimento de cevada. No entanto, em que diz respeito à origem do ofício oracular, duvida-se que uma Deidade, Anjo, Daemon ou algum outro tipo de ser, esteja presente nas manifestações, epifanias, adivinhações ou em qualquer outro desempenho sagrado, como tendo sido desenhado através de si pelas necessidades criadas pelas invocações. Alguns creem que a própria alma profere ambos e imagina tais coisas, e que existem condições semelhantes igualmente que tenham sido produzidas a partir de pequenas faíscas, outros, de que existe determinada forma mesclada da substância produzida a partir de nossa própria alma e do divino na respiração, outros, que a alma, através de atividades, gera de si uma faculdade da imaginação em relação ao futuro, ou então que as emanações do reino da matéria trazem daimones à existência por meio de suas forças inerentes, especialmente quando as emanações são derivadas de animais.

Estas conjecturas são estendidas para as seguintes afirmações: 1) Que durante o sono, quandoo estamos envolvidos com qualquer ação, às vezes surge à chance de obter percepção do futuro; 2) Que da mesma forma, uma evidência de que a condição anímica é a principal fonte do ofício divinatório é mostrado pelos fatos que os sentidos são mantidos sob controle, sendo empregados aromas e invocações para esse fim; e que, de nenhuma maneira todas as pessoas, mas apenas as mais ingênuas e jovens, são adequadas para esta finalidade; 3) Que deste modo, o êxtase ou a alienação da mente é a origem principal do ofício de adivinhação; também a euforia que ocorre com dores ou aberrações mentais, abstinência de vinho ou sufusão do corpo, fantasias colocadas em movimento por condições obscuras ou estados equívocos da mente, como pode ocorrer durante a abstinência e êxtase, ou aparições que se levantam por meio de técnicas mágicas; 4) Que tanto o reino da natureza, o ofício e o sentimento em coisas comuns em todo o universo, como uma das partes de um animal contêm prenúncios de determinadas coisas com referência a outras; além disso, há corpos constituídos de tal modo que seja um prenúncio de uns para os outros; exemplos deste tipo são manifestos por meio das coisas construídas, a saber: que os que fazem as invocações carregam pedras e ervas, amarrams sagrados e desatam estes, bloqueiam lugares que são abertos e alteram os desejos dos indivíduos por quem eles são entretidos, de modo que sendo insignificantes sejam dignos; eles também o capazes de reproduzir figuras místicas [ou Dagydes] que o são realizadas em baixa estima. Para eles que assistem o curso dos corpos celestes, contam a partir da posição e relação de um destes astros com outros se os anúncios oraculares do planeta regente será falso ou verdadeiro ou se os ritos que foram realizados terão alguma finalidade, ou se serão expressivos ou arcaicos, embora nenhuma divindade ou Daemon aparece para eles; há alguns, no entanto, que suponho que é também o curso do movimento da natureza complexa, sábia e que assume todas as formas, transformando muitos aspectos, que personifica Deuses e Daimones e as almas dos mortos como atores no palco e que, através destes, possibilita aparecer o que é bom ou ruim; eles são levados a formar este juízo, porque esses sujeitos-espíritos o são capazes de contribuir com algo realmente benéfico como se relaciona com a alma, nem mesmo de perceber essas coisas, mas, por outro lado, eles tratam com maldade, ridicularizam e muitas vezes impedem aqueles que estão retornando à prática da virtude; eles são igualmente cheios de vaidade ou paixões, e possuem prazer em vapores e sacrifícios; e 5) Porque o sacerdote iniciando com a boca aberta tenta de várias maneiras elevar nossas expectativas.

4. A Invocação dos Poderes Teúrgicos ou de Manifestação Divina

Isso me deixa muito perplexo para formar uma concepção, como os que são invocados como seres superiores são igualmente ordenados como inferiores e, tamm, que eles exigem do adorador para ser justo, embora quando [os adoradores] suplicam, eles [os seres superiores] dão consentimento para executar atos injustos. Eles o vão ouvir a pessoa que está invocando se ela é ou não pura de contágio sexual, mas eles mesmos o hesitam em levar as pessoas a oportunidades em relações sexuais ilícitas.

5. Sacrifícios e Orações

Eu sou igualmente cético em relação aos sacrifícios e sua utilidade ou poder que possuem no mundo e para os Deuses, e por que razão eles são realizados ou apropriados para os seres, assim, honrados e vantajosamente para as pessoas que apresentam as oferendas. Também, os Deuses exigem que os intérpretes dos oráculos observem estrita abstinência de substâncias de origem animal, a fim de que eles não se tornem impuros pela fumaça dos corpos, mas eles mesmos são atraídos, sobretudo, pela fumaça dos sacrifícios de animais.

6. Condições para Resultados Bem Sucedidos

Também é necessário que o Epopta ou adivinho deva ser puro a partir do contato de qualquer coisa morta e também de ritos empregados para materializar Deuses que envolvam, como muitos deles, o meio eficaz de matança de animais. Então, o que é mais absurdo do que essas coisas que um mortal, inferior em dignidade, deva fazer uso de ameaças, eo a um Daemon ou à uma alma de pessoa morta, mas ao próprio Rei Sol, à Lua ou à qualquer um dos Deuses nos céus, pronunciar falsidade ou engodo, a fim de que Eles possam ser afetados para falar a verdade? Para a acusação de que se irá assaltar o céu, de que se irá revelar para verem o Mistério de Isis, de que se irá expor ao olhar público o símbolo inefável do santuário mais íntimo, de que se irá parar o Baris, que, como Typhon, ele vai dispersar dos membros de Oris, ou fazer algo de caráter similar, o que é um absurdo, mas extravagante, ameaçando que não se sabe nem se é capaz de realizar? O abatimento de espírito que não se produz naqueles que, como crianças destituídas de sabedoria, estão consternados, com o medo infundado e aterrorizados por estes alarmes falsos? E ainda Chairemon, o escriba do Templo, registra essas coisas como discurso corrente entre os sacerdotes egípcios. Diz-se também que estas ameaças e outras de igual teor, são muito violentas.

7. Nomes Sagrados e Expressões Simbólicas

As orações também: o que elas querem dizer quando falam do que vem do lodo para a luz, sentado na Flor de Lótus, navegando em um barco, mudando as formas de acordo com a estação e assumindo a forma de acordo com os sinais de do Zodíaco? Por isso tais aspectos são ditos serem vistos nos embalses cadavéricos, e jamais são atribuídos à divindade um incidente peculiar de sua própria imaginação. No entanto, se essas expressões são proferidas em sentido figurado ou literal e constituem representações simlicas de suas forças, deixe-os dizer a interpretação dos símbolos. Pois é claro que, se eles denotam a condição do Sol, como em eclipses, seriam vistos por cada pessoa que prestou atenção. Também, por que os termos preferidos são ininteligíveis, e aqueles que são ininteligíveis por que os estrangeiros ou foragidos preferem ao invés daqueles de nossa própria língua? Porque, se aquele que ouve dá atenção para a significação, é o suficiente para que o conceito permaneça o mesmo, seja qual for o termo que possa ser. Para a divindade que é invocada, possivelmente,o é da raça egípcia, e se caso seja dos egípcios, está longe de fazer uso da língua egípcia ou mesmo de qualquer língua mortal que seja. Ou isso tudo são artifícios encenados de mágicos enganadores ou feiticeiros e disfarçam ter sua origem nas condições passivas induzidas por s em serem atribuídos à ação divina, ou deixamos despercebidas as concepções da natureza divina que são contrárias ao que é.

8. A Causa Primária

Eu desejo-lhe que você ainda possa declarar a mim o que os Filósofos ou Tsofos egípcios acreditam que a Causa Primária seja; se é a mente ou superior à mente; e se constitui apenas um ou subsiste com outro ou com diversos; se possui veículo ou se é incorpóreo; se é o mesmo que o Artesão do Mundo (Demiurgos) ou precede o Artesão; ainda se eles têm, também, conhecimento acerca da matéria prima ou primordial; ou do que os primeiros corpos da natureza se constituíram; e se a matéria prima ou primordial possui origem ou se é incriável [em si mesma]. Para Chairemon e outros, sustentam que o há qualquer outra coisa antes dos mundos que contemplamos. No início de seus discursos adotam as divindades dos egípcios, mas o a outros Deuses, exceto os chamados Planetas, aqueles que compõem o Zodíaco e que estão em ascensão com estes, e também os que estão divididos em decanos, aqueles que indicam o nascimento, e aqueles que são chamados de arcontes poderosos. Os nomes destes são preservados nos Manuais, juntamente com a sua rotação de mudanças, seus ápices e constelações e seus significados de eventos futuros. Para estes homens perceberam que as coisas que foram ditas acerca do Deus Sol e do Demiurgos ou Artesão do Mundo [Ptah ou Hephaistos ou Tubalcain], e sobre Osiris e Isis, e todas as lendas sagradas, podem ser interpretadas como relativas às estrelas, as suas fases, segredos e mudanças em suas órbitas, ou então, para o crescimento e minguamento da Lua, o trajeto do Sol, o firmamento dos céus como visto à noite e ao dia, ou [as secas e as cheias pluviais] do rio Nilo, e, em suma, eles explicam todas as coisas relacionadas aos objetos da natureza, e nada possuem como referência às essências vivas incorpóreas. Além de eles tamm atribuírem ao movimento das estrelas, o que podem dizer respeito as. Eles creem que a tudo se liga,o sei como, pelos laços indissolúveis da necessidade, que o tempo destina ou dispõe, e também que tudo se conecta com esses Deuses a quem eles adoram em templos e com imagens de escultura e outros objetos, como sendo os únicos ligam ou determinam o destino.

9. Natalidade e Daimones Guardiães

A próxima coisa a ser aprendida relaciona-se com o Daemon guardião, como o Senhor da Casa [Casa cima Segunda, no horóscopo] atribui-se a ele, de acordo com o propósito ou com sua qualidade de emanação ou de vida ou de poder próprio paras, se ele realmente existe ou o existe, e se é possível ou impossível, na verdade, para encontrar o Senhor da Casa. Certamente, se for possível, então a pessoa que aprendeu o esquema do seu nascimento, sabendo o seu próprio Daemon guardo, é liberado das tramas do destino e é favorecido realmente pela divindade. No entanto, as regras para a fundição desta natalidade são incontáveis e além da compreensão. Além disso, é impossível realizar análises a partir de observações dos astros para elevar-se a um autêntico conhecimento, pois, há grande divergência em relação a ele, e Chairemon, assim como muitos outros, têm falado contra ele. Daí a suposição de que um senhor da Casa (ou senhores da casa, se houver mais de um) pertence à determinado nascimento que é confessado pelos astrólogos, está quase além de uma comprovação absoluta e, ainda, é a partir dessa premissa, dizem eles, que a determinação do próprio Daemon particular da pessoa é possível.

Mas, além disso, eu gostaria de ser informado se o nosso Daemon particular preside alguma região espefica dentro des. Pois, parece ser acreditado por algumas pessoas queo são atribuídos os Daimones às regiões espeficas do corpo: um à saúde, um à forma ou figura, e outro aos bitos corporais, formando um laço de união entre eles, e que um é colocado como superior sobre todos eles em comum [ou seja, refere-se aos Daimones que nosso ser está ligado e que, portanto, podem ser tanto bons, propiciadores de saúde, proteção e cuidado, quanto maus, a exemplo de espíritos que são vampiros, molestadores, causadores de desgraças e vinganças]. E mais, eles supõem que há um Daemon guardião do corpo, outro da alma, e outra da mente superior [isto é, nosso ser é um Daemon que, como diz o mito pagão de Bellerophon ou Habel ou Belus, este cria filiações de sub-Daimones — o "Caineus" ou "Qayin" ou "Hayk" ou "Khimaira", os quais, após a morte física, são reunidos no Daemon que somos, caso seja conciliante com o Daemon essencial que somos e transcendentemente compomos, o Número; caso contrário, podem haver Daimones sub-Numéricos que, por não ter concílio com o Daemon que verdadeiramente somos, são abandonados ou derrotados para o plano físico ou plano astral inferior — os Lêmures ou "Kakodaimones" — por sua impureza numérica; alem do mais, os Daimones apenas podem ser compreendidos em sua real natureza a partir do estudo da Filosofia Antiga, ou misticismo rosacruz]; também, que alguns daimones são bons e outros, ruins. Estou em vida, no entanto, se o nosso Daemon em particular não pode ser uma parte especial da alma [refere-se ao espírito ou Daemon que somos ou mesmo das almas ou sub-Daimones que são superiores: vide o mito, como ensinado pelas Bruxas, do Herói Bellerophon e a derrota do monstro Khimaira], e, portanto, aquele que tem a mente imbuída de bom senso seria o verdadeiro favorecido. Observo, além disso, que existe uma dupla adoração do Daemon pessoal, que alguns também a realizam como sendo dois e, outros, como sendo três; mas, no entanto, ele é invocado por todos com uma forma comum de invocação.

10. Felicidade ou Sucesso Verdadeiro

No entanto, eu questiono seo pode haver algum outro caminho secreto para o verdadeiro sucesso ou felicidade que seja distante do embasamento nos [ritos dos] Deuses. Duvido que seja realmente necessário dar qualquer crédito quanto à opinião das pessoas sobre o dom divino da divinação e teurgia [ou seja, a Arte dos Sábios ou Bruxaria, incluindo a prática de manifestação de Deuses ou teurgia, não se baseia em opiniões, dogmas que exigem crença sem evidência ou qualquer superstição que seja], e, se a almao possui inicialmente tais coisas, forma em seguida grandes concepções [isto é, a crença calcada na certeza ou conhecimento espiritualmente provável]. Ao contrio, existem também outros métodos para a obtenção de premonições podem ter lugares. Talvez, eles também exerçam o divino ofício divinatório que pode de fato prever, e ainda assim eles o são realmente bem-sucedidos: porque eles podem prever eventos futuros eo sabem fazer, por si próprios, o uso correto da previsão. Por isso, eu desejo que você mostre o caminho para o verdadeiro sucesso ou felicidade e de que sua a essência é composta. Por entres não somos de muita disputa, como se bem pudesse ser derivado de raciocínios humanos por comparação de pontos de vista.


No entanto, se esta parte da investigação – a comunhão íntima com a raça superior – é percorrida por aqueles que planejaram, os saberes serão ensinados por eles para um prosito trivial, como chamar a Mente Divina ou Alma do Mundo para participar na descoberta de um escravo fugitivo, ou na compra de um terreno, ou, se isso deverá acontecer, para um casamento ou para uma questão de comércio. Porém, suponhamos que o assunto da comunhão íntima com a raça superior o tenha ficado no passado e que, portanto, aqueles que estão em conexão dizem coisas que são extremamente autênticas sobre assuntos diferentes, mas, nada de importante ou de confiança em relação ao verdadeiro sucesso, empregando-se diligentemente com as questões que são difíceis, mas de nenhuma utilidade para os mortais, então não haveria Deuses nem bons Daimones presentes, mas, ao contrário, um Daemon conhecido como "errante", tratando-se de uma invenção de mortais ou de um ar de natureza mortal.


Capítulo 2. Resposta do Mestre Abammon à Carta de Porphyrius para Anebo

Hermes, o patrono da linguagem, foi justamente considerado no passado como sendo uma deidade de todos os sacerdotes e aquele que preside o aprendizado genuíno, único e comum a todos, relativo aos Deuses. Assim, nossos predecessores estavam acostumados a atribuir-lhe suas descobertas de segredos e nomear todas as suas obras respectivas como Livros de Hermes [o chamado "Livro de Ida à Luz", também conhecido como "Folhas da Serenidade" e que fora chamado distorcidamente na modernidade como "livro das sombras"]. Portanto, se participamos desta Deidade a partir da medida que Ela tem descido até nós e que se torna possível em nós, tu fazes bem em propor estas questões sobre a Ciência Divina aos sacerdotes, como também aos amigos para uma solução acurada ou precisa. Assim, possuindo uma boa razão para considerar a carta enviada por você – para Anebo, meu discípulo – como tendo sido escrita verdadeiramente por mim, eu te respondo acerca das questões que você me perguntou. Para isso, não seria se tornar como Pythagoras, Platon, Democritus, Eudoxus e muitos outros gregos antigos, que devem ter obtido seu conhecimento competente com os escribas do templo de seu próprio tempo, mas você é contemporâneo nosso e tem mesma disposição como eles, deve se afastar daqueles que vivem sendo reconhecidos agora como “Mestres públicos” [refere-se aos Sofistas, isto é, aqueles que não eram Filósofos ou adeptos dos conhecimentos dos “Sábios Antigos”].  

Desta forma, eu me envolvo na presente discussão. Tu, se tu fizeres assim o seu desejo, obra em liberdade para considerar a pessoa que está escrevendo agora a você como o mesmo indiduo a quem enviaste tua carta. No entanto, se deve te parecer mais adequado considera, em seguida, o indiduo que está discursando contigo por escrito que se trata [o Mestre Abammon] de outro Epopta [ou Santo, o último grau da Iniciação] dos egípcios, pois, este não é um assunto que merece divergências a respeito. Ou, como eu acho que ainda é uma maneira melhor, deixa passar despercebido se a pessoa que fala é de grau inferior ou superior, e dirige sua atenção exclusivamente para as coisas que são proferidas, despertando, assim, o desejo de entendimento, simplesmente para saber se o que eu disse é verdadeiro ou falso. Em primeiro lugar, vamos abordar os temas separadamente, a fim de determinar o escopo e a qualidade dos problemas que agora são propostos para discussão. Em seguida, vamos examinar em detalhe as teorias acerca dos temas divinos, a partir do qual foram concebidas as tuas vidas, e fazer uma declaração delas, como as fontes de conhecimento que devem ser investigadas.

Alguns que são, pelo mal, misturados necessitam serem afastados ou dispersados, enquanto outros possuem relação com a Causa Divina através da qual tudo existe e, por isso, são facilmente assimilados. Outros que poderíamos apresentar de acordo com um determinado plano de expor visões contraditórias, tirar o julgamento em ambas às direções, e há também alguns que exigem des para explicar o conjunto dos ritos de Iniciação. Sendo estes os fatos, as nossas respostas devem ser declaradas a partir de muitos lugares e de diferentes fontes de conhecimento. Alguns destes introduzem os princípios fundamentais das tradições que os Sábios da Caldeia entregaram, outros derivam das doutrinas que os Epoptas dos templos egípcios ensinam, e alguns deles seguem de perto as especulações dos Filósofos ou Teósofos e extraem as conclusões inerentes. E agora existem alguns desses que se envolvem em uma disputa inconveniente de diversas concepções que o são dignos de uma palavra, e outros que têm a sua origem a partir de preconceitos ou estereótipos comuns aos mortais. Todos estes, por conseguinte, devem ser eliminados de várias maneiras por si só, e são, em muitos aspectos, ligados uns com os outros. Assim, por conta de todas essas coisas, há alguma discussão necessária para a direção correta deles.

Plano de Discurso

Portanto, vou expor para ti as concepções hereditárias dos Sábios da Assíria em relação ao verdadeiro conhecimento, e te mostrarei em termos claros as nossas. Algumas coisas do conhecimento serão trazidas para a discussão dos inúmeros escritos secretos ou elevados, e o restante será a partir das obras sobre toda a gama de temas divinos que os antigos escribas coletaram em um livro de dimensões limitadas. Porém, tu poderias propor algum tema filosófico que determine por si de acordo com as antigas Tábuas de Hermes, que Pythagoras e Platon, tendo estudado minuciosamente de antemão, incluíram em nossa Filosofia. Mas as perguntas que são estranhas ao tema ou que sejam disputadas e exibem uma disposição contenciosa da mente, vamos baixar ao tom suave e adequado ou, então, mostrar a sua impropriedade. A agora, como eles partem, também, na linha de formas comuns de pensar, vamos tentar discuti-las de uma forma familiar. Aqueles que, de igual modo, exigem que as experiências dos Dramas Divinos devam ter uma compreensão sábia vamos, na medida em que for possível, explicar somente por palavras; mas, aqueles que são igualmente cheios de especulação retórica, será mostrado eficientemente para a purificação (da contaminação do que é terreno).


No entanto, é possível exprimir os sinais decorrentes que são dignos de serem notados e, destes, você e aqueles que são como você em pensamento pode ser levado em conjunção à própria essência das coisas que são reais. Porém, até agora, como eles podem ser realmente conhecidos através de palavras, nenhum desses temas ficará sem uma demonstração acurada ou precisa e com referência a tudo que te dê atenção a uma explicação adequada. Aqueles que se referem a temas divinos, iremos responder como Teólogos, e aqueles que participam da Teurgia, iremos explicar teurgicamente. Aqueles que possuem caráter filosófico, iremos buscar conjuntamente como os Filósofos ou Teósofos, e como estender para as Causas Primárias que trarão para a luz, seguindo o argumento em conjunto de acordo com os primeiros prinpios. Todavia, tal como afirmam acerca da moral ou dos resultados finais que io determinar corretamente de acordo com a forma ética, e outras questões, de modo similar, trataremos de acordo com seu lugar no contexto. Vamos agora avançar para as tuas perguntas.

[...]

{Em construção}.
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Ao benemérito St. Prior J.'.E.'.C.'.S.'.
Pela divindade do Uno, do Deus e da Deusa,
Ao Filho Divino, Vida, Saúde, Força e União!

Três Vezes Abençoado.